“Mais do que sentimento, o amor cristão é caminho de entrega, santidade e Aliança com Deus.”

Juliana Dorigo– O Dia dos Namorados, celebrado com carinho por tantos casais, pode ser ressignificado sob o olhar da fé católica como um convite a exaltar o amor verdadeiro: aquele que nasce de Deus, encontra raízes na Sagrada Família e floresce no coração humano.

Em José e Maria contemplamos dois pilares desse amor:

  • São José, esposo fiel, guardião silencioso de Maria e Jesus, que nos inspira a amar com responsabilidade, ternura e proteção.
  • Maria, esposa dedicada, mãe corajosa e discípula perfeita, que nos ensina que amar é entregar-se, confiar e servir com total abertura ao plano divino.

Na casa de Nazaré, o amor tornou-se morada para o Filho de Deus. A Sagrada Família é o modelo de uma união alicerçada na fé, na confiança mútua e na missão compartilhada.

Amor e santidade no cotidiano

A espiritualidade de Schoenstatt nos convida a viver o amor conjugal como uma Aliança de Amor com Maria, onde fé e vida se entrelaçam no dia a dia. O amor, quando enraizado em Deus, amadurece no simples, no pequeno, no que é — como dizia o Pe. José Kentenich — o “ordinário extraordinário”.

“A santidade da vida diária é a harmonia querida por Deus e carregada de afeto entre a vinculação a Deus, às pessoas, às coisas e ao trabalho…”
— Pe. José Kentenich. Linhas Fundamentais de uma Pedagogia Moderna, 1984.

Essa harmonia transforma os gestos cotidianos, uma palavra doce, uma escuta atenta, um abraço silencioso, em expressões de santidade conjugal.

O Papa Leão XIV ressalta que o casamento é o amor que nos transforma. “O casamento não é um ideal, mas a regra do verdadeiro amor entre o homem e a mulher; amor total, fiel, fecundo. Esse mesmo amor, ao transformar-vos numa só carne, torna-vos capazes de, à imagem de Deus, doar a vida”. (Missa do Jubileu das famílias, 1º de junho 2025)

Aos casais, o Papa Francisco deixou um conselho precioso: “Na oração do Pai-Nosso, nós dizemos: ‘O pão nosso de cada dia nos dai hoje’. Os cônjuges podem aprender a rezar com estas palavras: ‘Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje’… ensina-nos a amar” (Praça de São Pedro, 14 de fevereiro 2014).

O exemplo de João Luiz Pozzobon

O Servo de Deus João Luiz Pozzobon é um farol para os que desejam viver o amor como missão. Casado, pai de sete filhos, foi um homem profundamente enraizado na oração e no serviço.

“A vida sacrifical e as renúncias por amor são um sorriso para o céu.”
— João Luiz Pozzobon. Testamento espiritual, 1950.

Com a Mãe Peregrina nos braços e o terço nas mãos, Pozzobon levava esperança às famílias, incentivando os sacramentos, especialmente o matrimônio. Ele acreditava que a oração e a entrega amorosa eram forças de santificação familiar.

Amor conjugal e missão

O Dia dos Namorados torna-se um convite aos casais para assumirem o compromisso de um amor que vai além do sentimento e se torna caminho de missão:

  • Confiar na intercessão de Maria, pedindo a graça de preservar a chama do afeto, à luz da Sagrada Família.
  • Transformar o relacionamento em caminho de santidade, fazendo de cada gesto um ato de devoção.
  • Viver o amor com coragem, como testemunhas vivas do Evangelho no coração do mundo.

Hoje é dia de celebrar juntos

Mais do que presentes ou postagens, este dia pode ser vivido com propósito e profundidade. Que tal propor algo diferente ao lado de quem você ama?

  • Rezar juntos um terço, especialmente se a Mãe Peregrina estiver em visita ao lar.
  • Renovar o compromisso de caminhar unidos rumo à santidade, fortalecendo os laços espirituais.
  • Compartilhar o testemunho de amor, para que outros também encontrem Deus na vocação a dois.